Segundo um relatório da S&P, os preços das casas em Portugal vão cair em 2020, em -0,6%. Os dados da S&P mostram que na Europa, só Portugal, Espanha e Irlanda vão registar quebra nos preços.
Depois de nos últimos anos, a quase totalidade dos países europeus ter registado crescimentos consecutivos nos preços, agora em plena pandemia, a S&P estima uma ligeira quebra nos preços das casas em Portugal em 2020.
A Irlanda registará a maior quebra dos países europeus com uma desvalorização de -1,6%, enquanto que Espanha registará uma descida de -1,4%. Portugal, como se referiu, ficar-se-à nos -0,6%.
Do lado oposto, destaque para a Holanda (+6,1%) e a Alemanha (+4,6%) com subidas incríveis para o contexto económico em que a Europa está mergulhada.
Porque razão continuam os preços a subir?
Muito se tem falado sobre a resiliência do mercado imobiliário e das razões que são apontadas para tal. A todos estes ingredientes, a S&P junta uma nova variável: a taxa de poupança. Com efeito, a poupança dos europeus cresceu substancialmente durante o 2º trimestre de 2020, fundamentalmente derivado ao confinamento generalizado em que todos vivemos. Pode ser meramente circunstancial e passageiro mas os números são de assinalar:
Novas tendências no mercado
A S&P observa ainda novas tendências a surgir no mercado. A procura por casas com mais espaço subiu bem acima da procura por casas mais pequenas (tendência que se vinha a observar nos últimos anos). De facto, a obrigatoriedade de estar mais tempo em casa, o teletrabalho e o confinamento fizeram surgir outro tipo de necessidades de espaço com as famílias a rever as suas prioridades.
No entanto, isto não significa para já que a procura pretenda comprar em espaços mais rurais e menos urbanos. Não é isso que os números para já mostram. Na realidade, os preços têm vindo a subir em grandes cidades como Paris, Mião, Londres, Munique ou mesmo Frankfurt. Nestas duas últimas, a UBS já veio inclusive emitir um alerta de bolha imobiliária.
E 2021, como será?
Segundo a S&P, uma economia com custos de financiamento historicamente baixos e uma taxa de poupança em alta sugere uma subida de preços. No entanto, o próximo ano apesar de ser ainda uma incógnita, traz consigo alguns ingredientes que podem potenciar uma variação pouco uniforme no continente europeu.
Com grande parte da procura a ver as suas necessidades satisfeitas no curto prazo, aliado a uma maior turbulência no mercado do emprego pode originar um abrandamento na compra e, com isso, um certo abrandamento na subida de preços.
No entanto, caso não haja lugar a um esforço contínuo por parte dos Governos europeus no apoio ao emprego e à manutenção de rendimentos, tudo eventualmente se poderá alterar.
Apesar de tudo, com os efeitos da pandemia a aligeirarem-se no futuro, em caso de surgimento de uma vacina, aliado a uma esperada e forte recuperação económica, poderá levar de novo os preços das casas a subir após 2022.
Bons negócios (imobiliários)!
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